sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

acho que aos poucos estou me perdendo de mim pelos labirintos que eu mesmo criei, por estas parede que eu mesmo fui levantando e que sei que não existem. hoje quando caminhei pelo campus, com esta fome dentro de mim, não sabia ao certo, sequer posso dizer que sabia, eu apenas fui. estou no campo agora. longe de algo, mas longe de nada. nem perto de mim. é preciso cumprir a exigência de existir. sem música de fundo. na casa alheia meu último amor foi insistentemente lembrado. na volta pra casa, na hora de fazer as malas e partir, aquele que poderia ter sido meu novo amor estava lá nos braços de outro. mas tão desconhecidos quanto o primeiro. são amores que poderiam ter sido. como as passantes, como eu que observo armado de bloco, desenhando a vida em 4/3 ou 3x4. é engraçado como insisto na repetição: estou aqui recostado, no divã, no meu velho divã de meu quarto de infância, azul royal já desbotado... talvez por isso eu goste tanto deste tom de azul. isso que poderia explicar tanta coisa também, no fundo, não explica nada. eu, armado do meu bloco, tentando escrever, os livros pelo chão, caneca de chai masala com uma larme de lait... tentando escrever para entender, tentando escrever para passar a dor. passando a dor para terceira pessoa. doendo tanto até não mais doer. talvez se achar a palavra certa, aquela palavra, mas o que desejo não posso dar. eis o limite da falta. o buraco. o salto no abismo. mas no fundo, nem sequer há o eu, o abismo, há sempre o salto que nem é um salto é um arrastar pela sucessão dos dias. tudo isso se resume numa perífrase repleta de perfume e no peso de três palavras bem colocadas que se tornam névoa pra mim. acho que não posso mais e nunca poderei. talvez nunca terei. feito para amar e impossível de ser amado.

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