domingo, 26 de dezembro de 2010
SOS
é hora de contabilizar os danos. o dado já rolou. o correio não veio. eu espero. eu apenas espero. você num interior colonial, queijo & café. eu aqui: champagne e caviar de aparências. queria estar contigo, neste outro nome suposto. o corpo dói. o anti-histamínico vence doze horas depois. mas isto não significa nada. queria romper este silêncio. esta dor repleta de quilômetros. fevereiro é tão longe e logo ali. quando tudo finda. quando tudo afunda. você jogaria uma bóia para me salvar? craniectomia occipital seguida de punção direta de fístula dural do seio... que me importa a anamnese. não tenho você. aí, nesta terra quente, quase central do brasil. me vejo andando até o final da velha estrada de ferro d. pedro II e te encontro nas velhas minas. talvez eu seja como o trinta-réis-ártico sempre à procura do último lugar. talvez eu só valha estes trinta réis mesmo. bico longo para abrir fechaduras. me diz deste seu segredo. me diz desta tua ausência. não me deixa sentir sua falta. é tão mínimo o de ti que lateja aqui, mas tão importante. como uma imagem borrada de monet, que nunca é somente um borrão, mas camille que se desvenda à impressão do nascer do sol. te aguardo na escadaria di duomo di milano, luvas brancas, lenço em seda vermelha amarrado no punho. promete que não demora?
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