é ponta de lápis, meio largo, meio que rasgando a página. penso, não existo. não digo, nem insisto. o papel de parede desbota num dos cantos. talvez o amarelo não seja das páginas, mas do sorriso. uma voz fala ao fundo. não escuto. o escuro talvez possa ser confortável. eu gosto da força de um talvez. ou não. há isto de pé: o castelo de cartas sem princesa prisioneira. os olhos pesam, mesmo à sombra. estou cansado. disto tudo. das coisas que ouço. destas palavras vazia. eu sempre escuto atrás das palavras, no lugar entre o erro e a intenção. pinto o quadro. no joelho volta a dor e é a lembrança. há o código falhos. sem o pincel do indevido e... entende... os textos se escrevem. as palavras pingando das torneiras. oblitero a sintaxe. os conectivos suspendem o sujeito num entre-dito não-dito que roda roda roda roda como o chão xadrez deste corredor excuso. a biblioteca pesa num mais ainda. as prateleiras despencam. preciso pensar e não quero. devo cair ali. sem esquina, sem virada, sem olhar. o quê o espelho replete é esta mediocridade toda ossos. as palavras estão vazias e sem valor. não use estes gravetos para pintar a parede de tua caverna. há ainda o escuro na lateral de mim, naquele abismo em que eu me perdo mergulhando em mim, naquela água viva que se despinta como um segredo. é a queda. isto apenas. reitero sempre as mesmas frases como máquina de fala, como se pudesse gastar o lado de cá, as cores, estas palavras sem lamento. uma dose de uísque sem segredos, as mãos sujas de tinta e esta fraude que escreve sem cessar e sempre retorna ao mesmo lugar.
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