comei um pequeno romance. sem sentido. sem direção. escrevendo e naufragando. o personagem, nome, descrição e trejeitos me apareceu: clarissa. talvez um pequeno resquício de londres. talvez a ucrânia que insiste. quanto tempo levará esta desventura. sobrevirei ao fantasma. terá suas páginas. o sistema é lógico. sem arte e sem arestas. a pele que corta não é a pele de alguém. mas o branco enfadonho da página. onde viverá? com que cruzará o caminho todas as manhãs? qual sua cartografia... é preciso enfrentar a imagem ainda. insistir nela. fazer o fantasma tomar corpo no fundo do olho, na superfície do espelho, no vão dos caracteres. a ideia é talvez uma recuperação de algumas velhas notas e esquemas de certo romance que gostaria e cheguei mesmo a escrever (pensar também é de certa forma escrever), mas não sei como, entre as várias mudanças que fui realizando nunca cheguei a encontrar o manuscrito novamente. A idéia básica era a mesma: uma não-história de uma mulher num sem-tempo e sem-lugar, um espaço aberto entre o que se escreve e pode se escrever no corpo. Não obstante, é uma história sobre certo tempo e certo espaço, tomado como corpo. quem sabe onde isso irá chegar? é melhor deixar que o navio parta, sem bússola, apenas com as estrelas na direção.
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