terça-feira, 28 de setembro de 2010

caso idiopático

chove. dormir: cada vez mais tem sido uma aventura. meus olhos ardem: cloridrato de nafazolina + sulfato de zinco. cabeça inclinada. três gotas. meu nariz insiste em escorrer: mentol, cânfora e óleo de eucalipto. infusão. já posso ser considerado adulto? uma breve insônia pode ser associada à ansiedade. não sou dado a essas coisas transitórias. (você recebeu meu sms? não? ok. admita). o uso em crianças representa risco. meu sono é elusivo. acho que é hora de brincar de hipnose. vamos, entra no jogo comigo? segure firme seu relógio de bolso, certamente você possui um, coloco-o diante dos meus olhos... vejamos, são 3h33 da madrugada, isto deve bastar, não? tente descobrir com sua magia onde fica, ahn, meu locus ceruleus.é tão pouco o que eu exijo. preciso de um compasso para terminar de desenhar minha casa. é, sabe, eu tenho pensado nisto. mas não que isto tenha me tirado o sono. desenhar, milimetricamente, imitando o real, fazendo efeitos do real impossível sobre o papel, me cansa, me desdobra, nunca vou a lugar nenhum. no fim. esgotado, quase nos primeiros raios, desfaleço. será sempre preciso forçar esta pequena morte? ocupada quase sempre por pesadelos. por magias obliquas, em que assassino alguém tendo como arma a gioconda, ou desço por escadas tortas, atravesso espelho, toco cadáveres que falam. é estranho. como o significante nunca descansa. não veja atos regressivos aqui. qual é o limite para minhas janelas sempre fechadas? eu nunca me aproximo dos parapeitos. sem boderline.sem piercings. sem mutilações. (o ballet conta como mutilação?). no tatoos. não se devem jamais deixar uma criança fazer de um biblioteca um parque de diversões, no futuro ela poderá ter medo do escorregador de 4 metros de altura, mas jamais se assustará com grandes e empoeirados compêndios. poderia dizer que é a lesão posta em minha língua, literalmente, que me faz assim. falando assim. ou ainda, escrevendo assim. estou descobrindo como brincar de adivinhação com os ossos. quem sabe? xamã em um deserto longínquo, não dormindo para se acostumar com fantasmas. obviamente, é devaneio. impossível para este pretensa civilização que finjo integrar. cabelos alinhados, postura, passos marcados, soberania e desenvoltura. fino trato. não obstante, nas tuas gargalhadas é mentalmente que evito a ruga lateral que insiste em latejas no canto esquerdo da boca. acabo por movimentar as sobrancelhas.o significante, algum, sempre escapa ao controle.não caço mais ovelhinhas ou cordeirinhos. para fazer diffèrance batizei o meu carneirinho de derrida. eu durmo com minhas referências. pois bem, então, qual é o meu fator de risco?

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