sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

baile das máscaras sem rosto

"dit dit dit dah dah dah dit dit dit"

de vários particulares não se faz um universal. o salão está vazio. os instrumentos tombados. a cidade rumoreja. retiro meu esquadro da bolsa: redesenho um triângulo. é pitágoras quem reafirma o trivial em eixos de 3. lógica simples:quem és diante dos espelho? os pés dançam que dançam e cansados se retiram dos calçados. você escolhe cara ou coroa? todo rei é um fantasma que assombra uma multidão. todo homem é um selvagem. eu dei um pressuposto insustentável e leve e dito e sentido.
senta direito à mesa garota, sabe a ordem dos talhares. não marca a taça com batom. ereta. pescoço longo. marcado. não amarrota o vestido. você precisa sorrir, mesmo que o salto aperte.
o garoto à esquerda toca o lenço. codificado. pistola no coldre. é medíocre e usa meias palavras. gasta saliva com o velho lero-lero comunista de saloon.
três pontos. três traços. três pontos.
não tenho alma para ser salva.
eu não tenho raiva. tenho explosão racional racionada. o foco do olhar destruindo o objeto.
um carro freia. três vultos de capuzes negros. você estaria entre eles?
você não entende o sistema deste jogo.
procure os pontos, não as pistas. não saia da pista, mas acelera rasante nas curvas fechadas.
decifra meu código enigma. você sabe que não falo inglês. não com a falta de acentos dessa língua.
seu almirante arma um pano de prato em que traz bordado "das Rudel". silêncio mecânico. falha mecânica. silêncio inumano. falha humana. sem tragédia. apenas a comédia burburinho pequeno burguesa continua e continua e continua e continua.
você não é capaz de sentir o fio da faca.
retiro a maquiagem com a navalha, algo da pele vai junto, mas o nome se apega aos ossos. ele é um fantasma yanomami: sequer existe.
não designo. não lembro.
é a vitrola que ainda toca, com a luva sobre a cauda do piano.
há o punhal sobre a mesa cravado numa maçã vermelha como sangue.
talvez o fim se aproxime com a aurora. sem sinos de guerra.
assina teu nome e foge. sem tempo para caçadas. sem tempo para fronteiras.
é hora de fechar os olhos para algum sono sem sonhos para não reconhecer os crânios sob as colunas de teu palácio de vidro.
o salão está vazio. os instrumentos tombados. a cidade rumoreja e acorda. visto meu paletó e sento à maquina. o que tens para valsar hoje: carta ou procuração?


Nenhum comentário:

Postar um comentário