segunda-feira, 2 de agosto de 2010
quase meia-noite
são selvagens. ocultos por um brilho estranho no cimento. a mão que tomba e arrasta. devassa. a mão suja invade o bolso, procura. diamantes, como sempre. actio in personam. não sobrevive. quiça sobrevive sem poder pensar. pensa no livro que deu de presente. no trem que perdeu para Paris. nas coisas que são roubadas. nos desenhos feitos no escuro de um parque. como não? me dá sua mão. não esvazia meu bolso. nem de leve. nem me toca. cuidado. outros olhos que passam e não vêem. eles nunca vem. nós sabemos. eu aqui soluçando. você, onde? no silêncio ambos. é além do meio-dia. uma volta. ou duas. é sempre o retorno que faz doer. o arquivo na bolsa, pesando em fibras nervosas. acho que devíamos ter ido ao cinema e nem parado diantes daqueles quadros tortos. será sempre a ausência de um pouco mais de luz? de um rosto menos anguloso? as linhas se abrem no asfalto, mas são sempre sinais de direção. siga. atenção. pare. que horas serão ainda? que horas será amanhã? o ponto cruzado entre dois alfinetes segura a inveja. o delírio é que bate no peito como necesssidade de um outro beijo. sabes? que sabes? não sabes. o risco suspenso, como corda esperando o pescoço.
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