te li, revisei, pus as vírgulas no devido lugar. refiz este texto, cortando as vozes, ampliando as figuras. sem divãs, lenços, uísques. apenas à espera. o diálogo do acaso, tomado pelo contratempo, num contrafluxo de horas. os grandes silêncios estarrecedores na beira do abismo. as janelas se abrem: quem respira ainda? quem precisa correr? é você quem sempre está em algum lugar, correndo, relógio em punho. na fúria de não ser, não querer e não estar. mas ainda assim, sem tempo para os jardins, para o céu azul, para a rua aberta entre estranhos e estrangeiros cujo nome nunca lembraremos. não nos damos as mãos. nossas palavras é que se conhecem, como a voz, como o ruído no fundo cênico de um bar. o que é que sempre resta? amanhã, talvez, mais um texto, mais uma pequena discussão sobre o caráter fugidio do tempo. sem ser ou estar. apenas a intuição do último instante, como fotografias abertas. não toque a testa, não... não... sem mais não. não pensaremos até o limite do pensamento, mas tentamos. é isto que temos. o que ainda pensas?
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