quinta-feira, 20 de maio de 2010

death metal

"ao som de algum barulho".

para entender preciso retornar, dobrar o tempo. alguém me dá a nota: 26, setembro, 2009, 7h20. uma festa. um final de festa. sem os vocais guturais de agora. eu cansado, muito cansado. (procurei a página do diário para este dia e... nada. há o dia antes e o depois). o dia antes me diz de algum horizonte. o dia depois de narciso). se dobro e colo aqui o recorte alterado é que ainda sinto algo. as regras que não se atrasam, quebram-se. por muitas vezes o rosto borrado pelo sono. os pés doloridos. o estômago que dói num vazio que não é de fome. é tão gostoso tomar banho de chuva. é tão bom encontrar-se consigo assim num aberto que é um beijo do vento. isso ainda faz tanto sentido. (sabes encontrar este limite). tenho evitado o "I want to be left alone" num hardcore acelerado, mas sem coração, é uma nós, noise, de 1984. havia 7 pessoas, no final de teu/dele aniversário. meu tornozelo doía muito, o que é comum, tirei o allstar negro, você puxou minha perna e massageou meu pé. "foi a primeira vez que tu pareceu, de fato, humano pra mim", dizes. sem Bloody Vengeance. fui humano apenas pela dor? uma dor aberta no tempo compondo um espaço dúplice, como ao espelho. hoje acordei meio sem glam. talvez não fossemos amigos, e detetives, e marple e poirot, fox mulder e dana scully. malucos munidos de telescópios potentes com lentes capazes de rastrear os confins da galáxia. você entende? sherlock? eu perdi o fio da meada, a chance possível, isto que dói não é emotivo ou sentimental. é a cor, o sépia, a fumaça, os anos 40, o charuto que arde nos olhos. a dor e a resposta ao contato estranho. "se tu parar para pensar, talvez, só talvez, tu consigas se relacionar com pessoas que tenham alcançado esse momentinho de fragilidade do sr. B.". sou mais cérebro que corpo, mais lógica que sentido. um número encadeado. a regra estranha e paralela ao xadrez. "será que não seria mais fácil simplesmente viver a vida um pouco menos protegido do perigo?". eu finjo que me protejo, ao final, para fingir algum perigo. eu sempre sei os resultados, nunca erro. talvez, somente, na gramática do italiano, mas isto não importa. eu sempre sei como as coisas doem, porquê doem e como fazer parar. o problema é querer sair disso, perder isso que me faz não ser uma máquina de ler e escrever. isto que aqui se marca e se marca pra morrer. entende, Allan Pinkerton, ou tenho que voltar a 1850.

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