só. desenho a viagem. o céu escuro: o meteoro de mármore, o corpo exposto ao frio. meus sapatos azuis caminham sobre o salão vermelho, sem síndromes de astronautas. de que mirante posso ler a história? o silêncio me irrita. a música corta o para-além dos pulsos. a vida lateja. e quente brilha no fundo dos olhos. preciso encontrar o rio dos ritmos de maria martins. odeio me deixar iludir. impossível ver a fachada da capela fechada. a loba romana, em bronze, suspende o gesto nobre. toda uma geração de prostituídos. eu gosto de dias nublados. hoje acoredei pela manhã, isto é tão incomum. os satélites giram. já morei num pequeno asteróide: B612. atravesso o vitral, na palma da mão um segredo. o mapa, o tempo, se aprisionando na pele, em torno de mim, fazendo o que sou para ser apenas isto. há a poeira das ruas desertas. o pó em mim. a estante com meus livros, cedendo ao peso das letras. uma última verdade impossível posta numa réplica da pietá. sem renascimentos.
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