quarta-feira, 24 de novembro de 2010

lógica das partes

(brincando de astrofísica)

descobri que neste plano o impossível se desdobra: minhas pernas não sustentam um ângulo superior a 10°. estou prestes a viajar. queria te ver. queria te ouvir. há algo que insiste. fora do número. no pé da letra. ali, onde se encontra apenas este resto de mim que sem querer fazer, refaz e insiste nisso. te incomodando as duas da manhã. ou não. restando no álcool, como quem lava os vestígios em vodka fina. gosto de grandezas escalares e não vetoriais. as coisas são simples e explicáveis. inexplicável minha crença racional. eu escrevi algo que você não lerá. cifrado. está preso em meu bloco de notas. estou cansado, farto mesmo disto. não entenda um abraço. recolha as garras, recolha a fúria. não deseje. os astros giram e talvez isto apenas. brincaremos, um dia, ainda, à velocidade da luz? talvez... tudo depende de você querer, ou não. eu gosto de opções binárias. sem problemas de gênero: eu entro no banheiro feminino, uso o espelho, parto. a vida talvez seja isto. atrito. o amor feito em ondas incandescentes. é preciso, talvez, além do olhar, além da trajetória, essa insistencia feita toda mãos e dedos. toda cuidado. mas talvez você não entenda ou não saiba como fazer. se admitimos a quantização da energia, fato no mundo microscópico das partículas fundamentais, o que poderemos encontrar de nós ali. isto, me lembra, não sei goo motivo, um poema de machado de assis, sim, acredite, um poema. teus olhos são os meus livros. o que me resta talvez seja esta adoração quieta e calada. sem telefonemas e sem palavras. se tu me deixasse procuraria a constante de teu universo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário