segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Perseguindo estrelas no meio da chuva, vá devagar. Sempre poderá haver na curva um segredo. O céu se abre em nuvens de ácido sulfúrico, ao final da tarde. O tom lilás que persegue no impossível de teus olhos não faz desenho. Duzentos e vinte e setes dias. Um dia maior que um ano. O navio róseo e crepuscular abre na madrepérola dos teus lábios um sorriso dolorido. O coração posto à sombra palpita em ondas de 460 graus. Os ventos que varrem as páginas não constroem épicos dragões. Não mostra tudo o que há aceso dentro de mim. Voando como folha, borboleta com 320 quilômetros de vida. Suave pelos mares incandescentes. Esculpindo os signos futuros e repetindo sempre que o fato de ninguém te entender não te faz um intelectual ou um artista. As conchas que se abrem a partir do que não diz não devolvem pérolas, mas rasga apenas o quadro em manchas brancas e negras. Um lamuriento Dominus Tecum não faz sentido. É apenas necessária uma palavra feita tempestade tropical. A luz queimando a ponta dos dedos enquanto apenas resta um rouge a mais nas bochechas como que esperando um acidente vascular. Toda estrela tem um fim futuro.
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