terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
nada é preciso, mas as gavetas vazias ajudam a ecoar os passos dos ponteiros dos relógios vagarosamente pela casa. descer as escadas. apenas isso. esquecer a comida no fogo. aquiescer lentamente com o improvável. só e o espelho. esperando os correios devagar. sempre. é, querido, maquiando a paisagem, golpeando os olhos, atravessando ruas, rios, mentes e memórias. não podes dizer nada, eu queria te encontrar, para um café numa dessas tardes. silenciosamente e sem guerras. socando o vazio do ar. pintando meu último quadro. eu te vi como tu não imaginas. mas abro as portas, janelas, que venha a chuva. não quero me proteger, as calhas fogem ao controle. a mão cortada. a cabeça afogada. não corra. fica apenas e espera.
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