quinta-feira, 15 de abril de 2010

s-cena

quadro
janela
espelho
a voz impossível dizendo do eco
quatro telas espera
as tintas que borram um rosto
as cortinas que sombreiam a cidade
a luz que arma uma face
não entendemos tua língua
eu que digo e os pincéis que navegam
na abóbada
arco
desejo
- o poema não quer pensar-
nos reunimos em torno do cadáver
facas serras e medos
alongando o olhar por cima e por dentro
escrevendo escrevendo escrevendo
cortando raspando escolhendo
sem ação e sem gosto
a boca não saliva
sem ais o corpo se abre
frios dedos se fecham
olhos vítreos se abrem
na ação do agora
clínicamente

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